terça-feira, 22 de abril de 2014

De olhos abertos



Esperadamente você se foi.
e eu permiti. Ainda que doendo.
ainda que sofrendo. 
vi se dissipando todo encanto. 
eu não estava mais em você.
e de alguma maneira você não estava mais em mim.
Eu tive que olhar para o lado e seguir outro caminho.
Um outro momento chegou. E não sabia se era bem o que eu queria. 
Eu olhava, olhava e olhava para você  e sentia: não era você.
Não seria mesmo você? Não seria você que me faria sorrir todas as manhã? me fazendo ver  da janela as cores  da vizinhança com mais intensidade? ou  que me faria sentir o perfume das flores que o vento traz discretamente ao meu quarto, ou simplesmente cheiro de café que escoaria por toda casa. Não me faria mesmo escutar docemente a melodia desarmoniosa dos vizinhos pássaros, ou as gargalhadas das crianças na calçada em pleno domingo de manhã? 
É meu caro, na verdade, eu olhava, olhava, e sentia: Era você sim.
De uma forma estranha era você. E não fazia sentindo.
Sabe aquilo de não entender o por quê, pra quê? Era assim.
Sei que não teremos certeza concreta de nada. Talvez nunca saberemos o que seria todo aquele sentimento.
Pois, simplesmente resolvemos desviar nos olhares, seguir outros caminhos. Partindo para direção do esperado. De olhos abertos e coração vazio.


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Flores


Mais que falar de flores.
Vim  falar de mim,
de você,de nós.
Do nós que veio, que veio sim.
de maneira fugaz, avassaladora, 
assustadoramente maravilhosa.
Certa e certeira. 
Com força inexplicável e forma descontrolada. 
E que fica, fica cada dia mais um pouco.
Apesar do improvável, já era sabido.
Agora só me resta falar de flores.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Alucinação


Por que envenena minha alma?
Por que transborda meu ser?
Dilacera minhas forças
E me faz ensandecer.

Seu gosto me perturba
Sua música me fascina

O delírio é tão nítido,
Que muitas vezes me esqueço –
Se vou ou venho de você. 

A conta


Traga-me a conta, por favor,
Não precisa encher meu copo novamente
Quero acerta e parti
Não demore muito já é tarde
Pode ser que eu não suporte esperar
Traga tudo detalhado
Não quero pagar nada além do que consumi.
Não sei voltarei aqui novamente
Certamente não quererei voltar
Mas por favor, seja gentil, ainda estou à mesa.
Mesmo sem cortesia alguma, gorjeta eu irei deixa.
agora vamos lá, traga-me
a conta, por favor.

Completo

Eu tenho um amor lindo
Eu tenho um amor belo
Eu tenho isso, eu tenho aquilo – o que eu mais quero?
Sorrisos sinceros – de amor
Suspiros imprescindíveis – de amor
Olhares ardentes – de amor
Possuo.
Feito - salve o amor!
Tesouro encontrado e desfrutado,
Sem medo e sem desamparo.

Final de partida? Espero.

Desencontradas palavras

Queria escrever um poema
E dedicá-lo a você.
Porém, minha mente está vazia,
Não está nada fácil de entender.
Somente lembranças povoam e roda-me
Levando-me desvairar, sufocar, tremer, e sabe se lá o quê.
Assim distante da realidade cada dia mais eu sigo.


No sombrio quarto que me encontro
Penso toda noite em como fazer
Para tirar tais pensamentos em vão

Sei que não acontecerá
Não passa de uma doce ilusão
Que suga minhas forças,
Absorve minha existência.
Deveriam ter saído palavras sutis,
Doces e serenas.
Meu corpo já está cansado
Não há como enganá-lo,
Não mais. 
Aproveito o momento sombrio
E escrevo sem paixão
Das tristes linhas não tiro
 Nem tipo de emoção.
Agora vai achar que sou maluca
Está bem. Talvez tenha razão.