Esperadamente você se foi.
ainda que sofrendo.
vi se dissipando todo encanto.
eu não estava mais em você.
e de alguma maneira você não estava mais em mim.
Eu tive que olhar para o lado e seguir outro caminho.
Um outro momento chegou. E não sabia se era bem o que eu queria.
Eu olhava, olhava e olhava para você e sentia: não era você.
Não seria mesmo você? Não seria você que me faria sorrir todas as manhã? me fazendo ver da janela as cores da vizinhança com mais intensidade? ou que me faria sentir o perfume das flores que o vento traz discretamente ao meu quarto, ou simplesmente cheiro de café que escoaria por toda casa. Não me faria mesmo escutar docemente a melodia desarmoniosa dos vizinhos pássaros, ou as gargalhadas das crianças na calçada em pleno domingo de manhã?
É meu caro, na verdade, eu olhava, olhava, e sentia: Era você sim.
De uma forma estranha era você. E não fazia sentindo.
Sabe aquilo de não entender o por quê, pra quê? Era assim.
Sei que não teremos certeza concreta de nada. Talvez nunca saberemos o que seria todo aquele sentimento.
Pois, simplesmente resolvemos desviar nos olhares, seguir outros caminhos. Partindo para direção do esperado. De olhos abertos e coração vazio.